quinta-feira, 17 de maio de 2012

Surto de Sinceridade.


Eis aqui palavras verdadeiras quando o mais fácil é mentir. Eis aqui o máximo que pode-se fazer, seguindo os limites que as circunstâncias permitem. Eis aqui resquícios de luta, algumas perdidas, outras ganhas; mas todas com aprendizado. Eis aqui a verdade permitida, e eis aqui o escape dantes estipulado.
Difícil seria expressar oralmente tamanha desilusão, mas talvez seja isso o que precise ser feito. Mas, novamente, as circunstâncias não permitem tamanha insolência – afinal, talvez, seja atrevido demais. Talvez, talvez. A inconstância se impõe e se sobressai entre as outras sensações, e diz a todos o que fazer. A confusão se instala nos peitos vazios, e bate forte com a frequência alterada.
Pode ferir-me. Sinta-se livre para machucar-me. Estou exposta aos leões, e que seja um trocadilho, estou jogada às traças. Use-me. Ajude-me a reerguer essas antigas ruínas, enquanto sorrimos ao pôr do sol. Infiltre-se nos perigos mais profundos de minha mente, e diga-me se tudo isso é real. Desembarace-me. Acenda a faísca.
Dizem alguns que é pura implicância, mas estão errados; como todos. Dizem outros que são mudanças normais, mas estão errados; como todos. É apenas sinceridade, tardia talvez. Mas sincera, verdadeira, necessária. Chegou-se ao limite, ao ponto que não é possível mais protelar. Já deu, já acabou, e alguém precisa dizer isso logo. Que seja eu, que me matem, que me julguem – não ligo mais. Não ligo para o irrelevante. Não ligo para o que é desnecessário, ligo apenas para o que acrescenta ao mundo cousas boas – o que, felizmente, não é o caso.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Eu só preciso de tempo.

Seria plausível escrever versos sinceros, ou quem sabe recitar uma canção; mas nada disso conseguiria expressar realmente. Já tentei, já tentamos. Simplesmente existem certas cousas impossíveis de se descrever, ou explicar. Como os sentimentos (apesar de eu estar conseguindo burlar essa regra, mas este já é outro foco), as sensações; e o tempo. Ah, o empertigado tempo, como já dizia meu querido George.
O tempo, meus queridos, não é nada mais do que um poema. Uma poesia, um devaneio impertinente. Não há palavra que consiga identificá-lo, ou termo que consiga sugeri-lo. É pedra no sapato, no meio do caminho; é inspiração para Drummond. É motivo de conflito, de saudade. De nostalgia, de realidade.
O tempo é rarefeito, some nos melhores momentos e aparece com força nos piores. É seletivo, é duro, é ruim. Mas é confortante, e traz consigo uma maré de cousas benevolentes para o ser humano (estamos ignorando o fato de que não passamos de poeira cósmica insignificante, mas isso também já é outro foco).
Ultimamente ando muito preocupada com o tempo e seus efeitos em mim. Sinto a falta dele, sinto também de tardes vazias onde eu não fazia nada – mas parecia que eu fazia muito. Sinto falta de pequenas alegrias que surgiam em um dia de chuva, ou de sorrisos quebrados perdidos no espaço. Não tenho tempo mais para isso. As minhas felicidades efêmeras andam mais raras que o próprio tempo em si.
O problema é que, não obstante esse texto não ter feito sentido nenhum, não consigo encontrar saída fácil. Todos os caminhos possuem obstáculos, obviamente, mas dessa vez grande parte é necessário. Bem, necessário? Ou será simplesmente... passageiro?