sábado, 17 de dezembro de 2011

Adeus antes de olá.

Sei que tem pouco tempo que comecei o blog, porém... irei abandoná-lo por uns dias. Vinte e sete, para ser mais exata. Vou viajar para o meu lugar preferido do mundo, que infelizmente (ou felizmente) não possui internet. Produzirei muito enquanto estarei lá, então quando voltar irei encher esse blog de palavras. Às vezes opulentas, às vezes só acerbas. Também normais. Bom fim de ano e até ano que vem.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Água Para Elefantes: crítica

O livro seria bom e faria completo sentido - se o título não fosse esse. A tal água para elefantes é mencionada apenas uma vez, e ainda assim, de um jeito que precisaria de um complemento mais a frente. Um complemento que não existe. A autora falhou extremamente ao cometer esse equívoco, e posso dizer que isso compromete muito a avaliação final do livro. Mas de resto, é um romance bom. Não ótimo, pois se fosse me manteria ligada nele todo o meu tempo. É aquele tipo que te alegra quando está o lendo, mas que não sente afã de lê-lo quando está sem fazer nada. Não dá aquela vontade de ler o tempo todo, mas quando se lê, você até que se imagina lá dentro. A linguagem é meio difícil de ser compreendida, afinal não estamos habituados ao palavrear de um circo. Entretanto, a autora faz um bom trabalho nas descrições, apesar de às vezes nos deixar confusos. Um dos maiores problemas, ao meu ver, é o número extenso de personagens, e às vezes não consegui identificar qual é qual e muito menos me lembrar quem é quem. Porém, os personagens principais são inesquecíveis, e a tamanha descrição deles nos mantêm os imaginando o tempo todo. Me fixei em Jacob, Marlena, August, Tio Al, Walter, Camel, Rosie e Barbara durante todo o livro, e para mim só existiam aqueles personagens. E os animais, claro (pois eles não tinham nomes para eu me lembrar, exceto Bobo). O final é sem graça e é bem previsível. Depois de terminar, fui reler o texto da orelha e achei estranho, pois eu ainda não tinha entendido qual era o tal segredo de Marlena que estava escrito ali (repito: eu já havia lido todo o livro). A autora deixa muitas lacunas para serem completadas, e infelizmente isso nos deixa meio desnorteados em relação ao completo entendimento da história. Mas agora vamos aos pontos positivos. Como já dito anteriormente, o descritismo é muito rico e nos transporta para a trama, nos fazendo imaginar perfeitamente o que está acontecendo dentro das tendas. O aprofundamento psicológico dos personagens que eu citei (exceto Rosie e Barbara) é bem trabalhado, e isso em partes explica algumas atitudes dos mesmos. Os personagens são em sua maioria planos, porém fiquei mais empolgada com os esféricos - August, Tio Al e Walter. Devo dizer que a autora, mesmo sendo mulher, faz um trabalho espetacular ao narrar todo o livro como se fosse um homem, Jacob, e isso é muito impressionante. É mais impressionante ainda a perfeição que ela consegue atingir ao narrá-lo em duas épocas de sua vida; tanto jovem quanto velho. Eu realmente acreditei que era um homem escrevendo aquilo. Entretanto, não é um livro que eu leria de novo. Mas recomendo-o para amantes de circos, que provavelmente irão gostar. Mas se você não gosta de circo, bem, jogue esse livro fora e vá ler Shakespeare.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

É uma vez.

Era uma vez a agonia. Ela era muito solitária, e por isso vivia procurando alguém para fazer companhia pra ela. E então, no meio de tantos rostos vazios, ela resolveu escolher um em especial. Aquele, ela disse, parece mais diferente. Preciso mudá-lo, preciso fazer com que ela se sinta mal como todos os outros. Ou pior. E então ela saiu à procura dessa garota peculiar. Achou-a imediatamente, afinal todos a conheciam e sabiam onde ela estava. Pegou-a de surpresa, e se surpreendeu também ao ver que já a conhecia. Ela já tinha se instalado naquele peito antes. Algum tempo atrás, nem tão longe, ela já havia provado o gosto terrível da agonia. Várias vezes, aliás. Mas tantas coisas tinham acontecido, e ela nem parecia mais ligar para a talvez presença da agonia… E é nessas horas que ela chega. Nessas horas que os peitos vazios parecem gritar mais, parecem pedir mais para serem preenchidos. Eles não são exigentes, afinal deixam qualquer um entrar nos seus domínios pouco revistados. O nome dela era Bianca. Fraca. Ela deixou a agonia se instalar nela novamente. E dessa vez, não sai! Bianca era tão acostumada a sempre ter razão. Ela era tão articulada, quando falava não pedia atenção. O poder de dominar dela foi sumindo. Tudo foi sumindo, e a agonia entrando. Ora, vejam só! Ela trouxe o desespero para fazer companhia! Que divertido. Hora do chá. Todos se sentando para confraternizar. Campanhinha, ding dong! Bianca sabia que ela chegaria. Olá, solidão. Pode entrar, afinal você já é de casa… Mas que droga! Tudo que ela queria era derrubar aquela mesa toda arrumada e mandar todos aqueles inquilinos pro inferno. Porém, o que ela fez foi algo completamente diferente (e usual). Sorriu e continuou bebendo seu líquido, na esperança que alguém viesse e a salvasse daquele desespero agonizante e solitário.

Noah Foge de Casa: crítica

O segundo livro de John Boyne considerado famoso não desaponta (iremos ignorar o fato de que qualquer livro dele comparado a “O Menino do Pijama Listrado” seja medíocre). “Noah Foge de Casa” é uma história sobre um garoto de oito anos - carta repetida, porém é curinga já que nunca falha - que decide fugir de casa para fazer mais coisas importantes em sua vida, já que de acordo com seus conceitos, ele não fez nada de relevante ainda. Então, andando a pé, passa por duas cidades e depois chega à uma terceira. Essa última é o lugar onde se passa o resto da história, pois é na mesma que Noah conhece a árvore, o velho e a loja de brinquedos. Mas essa loja não é comum, e muito menos o seu dono. O aspecto peculiar do velho e de seus brinquedos de madeira chamam a atenção do garoto, que fica por lá por um tempo para refletir sobre sua breve vida com o ancião. Eu particularmente amei o jeito que Boyne descreve a conversa dos dois, como se estivessem em igual patamar em todas as escalas possíveis. O mais interessante é como o velho faz Noah ver as respostas mais claramente; como por exemplo para ficar mais tempo com sua doente mãe. Os temas abordados são extremamente delicados e sérios - mas como é típico de Boyne - são tratados por baixo dos panos, sempre colocando a inocência infantil em primeiro lugar. É uma história deslumbrante, que cumpre a função de imergir o leitor em águas do seu próprio passado, provocando identificações pessoais automáticas. O livro transborda mensagens subliminares, e faz com que reflitamos a nossa relação com a família e com a infância. John Boyne nos encantou com outro de seus garotos de oito anos, e espero que ainda venham muitos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Delírio.

Mesmo sabendo que não passam de imaginação, não consigo frear minha mente de pensar nessas imagens. Utopia? Talvez, talvez… De repente. Tudo muda em apenas frações de segundo. Como isso tudo pode vir de apenas aquele conjunto infindável de bagunça? Odeio bagunças. Não suporto ficar muito tempo perto de algo desarrumado, senão começo a delirar. E bom, acho que minha sanidade já se foi há um bom tempo, devido à integração exagerada que me exponho a arriscar. Devia tomar mais cuidado, devia fugir da enlanguescência que o meu projeto me deixa a par… Devia fazer tantas coisas, que agora nem sei mais se tudo aquilo é correto e realmente necessário. Ainda não consegui descobrir se isso é um círculo ou uma linha reta, e acho que não é tão cedo que as respostas irão aparecer. Por quê elas insistem em fugir tanto de mim? Sou assim tão repugnante? Dúvidas! Confusão. Preciso de explicações, e apesar de aparentemente tudo estar no lugar, eu sei que não está. Eu sei que falta algo, mas infelizmente minha opinião já deixou de ser parâmetro. Tecnicamente, tudo se encaixa, e não resta mais nada para se explicar ou se questionar. Agora tenho que me acostumar. E enquanto isso, irei continuar produzindo histórias que não existem; na tola tentativa de fazê-las virarem realidade através das palavras.

Pioneiro.

Primeiro post, blog novo, ideias novas... Mente velha. Minha mente sempre tem os mesmos pensamentos, e - felizmente ou infelizmente - eles se tornam constantemente irredutíveis. Mas esse assunto não vem ao caso agora. A novidade é que, já que recentemente abandonei várias redes sociais, resolvi me render (de novo) e cair nos encantos de criar um blog. Dizem que aspirantes a escritores devem ter um blog para se comunicar com o mundo, e apesar de eu achar que isso não é garantia de absolutamente nada, o que custa tentar? Espero que eu tenha leitores, e mais que isso, espero que eles continuem me acompanhando nessa viagem que será o compartilhamento virtual minha vida.