quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Noah Foge de Casa: crítica

O segundo livro de John Boyne considerado famoso não desaponta (iremos ignorar o fato de que qualquer livro dele comparado a “O Menino do Pijama Listrado” seja medíocre). “Noah Foge de Casa” é uma história sobre um garoto de oito anos - carta repetida, porém é curinga já que nunca falha - que decide fugir de casa para fazer mais coisas importantes em sua vida, já que de acordo com seus conceitos, ele não fez nada de relevante ainda. Então, andando a pé, passa por duas cidades e depois chega à uma terceira. Essa última é o lugar onde se passa o resto da história, pois é na mesma que Noah conhece a árvore, o velho e a loja de brinquedos. Mas essa loja não é comum, e muito menos o seu dono. O aspecto peculiar do velho e de seus brinquedos de madeira chamam a atenção do garoto, que fica por lá por um tempo para refletir sobre sua breve vida com o ancião. Eu particularmente amei o jeito que Boyne descreve a conversa dos dois, como se estivessem em igual patamar em todas as escalas possíveis. O mais interessante é como o velho faz Noah ver as respostas mais claramente; como por exemplo para ficar mais tempo com sua doente mãe. Os temas abordados são extremamente delicados e sérios - mas como é típico de Boyne - são tratados por baixo dos panos, sempre colocando a inocência infantil em primeiro lugar. É uma história deslumbrante, que cumpre a função de imergir o leitor em águas do seu próprio passado, provocando identificações pessoais automáticas. O livro transborda mensagens subliminares, e faz com que reflitamos a nossa relação com a família e com a infância. John Boyne nos encantou com outro de seus garotos de oito anos, e espero que ainda venham muitos.

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Críticas sempre são construtivas... certo?