quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, iria ao encontro de meu querido afã! Não há nada mais para ser dito, ou pelo menos não diretamente. Meu pobre coração não aguenta mais, está cansado. Descansem em paz.



Se o Mundo Acabasse Amanhã

Se o mundo acabasse amanhã, o que sobrou?
Eu teria apenas minha doce irmã,
E lembranças embaçadas de mim
Se o mundo acabasse amanhã!

Quanto desespero enorme pressinto
De almas perdidas já logo de manhã!
O arrependimento floresceria
Se o mundo acabasse amanhã!

Que sol! que céu negro! que tempestade
Cresce a natureza dantes tão louçã!
E veriam que o amor bastaria
Se o mundo acabasse amanhã!

Mas essa dor de viver que me aflige,
Toda essa tristeza, esse maldito afã...
Tudo morreria junto comigo
Se o mundo acabasse amanhã!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Registro Perpétuo

Deixarei aqui a prova do maior sentimento vivo em mim. Conheci um dia uma donzela que me salvou. Dos males da vida, da escuridão, da angústia. Ou quem sabe aumentou-os mais. Apresento-vos uma homenagem a minha adorada; literatura.


Soneto Sem Medidas à Mãe de Todos os Sonetos

O que há de maior do que um devaneio?
Digo-vos: só, talvez, a imaginação...
Que muitas vezes o tem como seu irmão!
Esp’ranças que andam juntas no recreio.

Tu, literatura, és o melhor meio
De manter-me absorto em total solidão
E de afundar-me em meu próprio coração
Ou descobrir-me no sonhar alheio.

Faço-te este soneto pelo meu amor:
Um amor sem medidas, sem contagem
Sentimento limpo inda que selvagem
Emoção essa que me sustenta; calor

Minha amada, tudo que faço é teu...
Dê-me a mão e me ilumine neste breu.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

The Anthem For a Dying Breed

Continuando a exposição há tempos querida e recentemente libertada, dou-lhes hoje o meu silencioso hino para essa raça que não mais existe, e se existe, é mais taciturna que este hino em si. Abracem esse poema, compreendam-no, entendam-no. É o que peço.


A Ternura do Sofrimento Silencioso Ignorado

Talvez seja só injustiça;
malvada.
Quem sabe inveja, ou cobiça
ou nada.

Quem é não correspondido
padece.
Pela solidão, e escondido
faz prece.

Não recebe valor algum
do mundo.
Morre, só, em apenas um
segundo.

Pois tudo isso é comprovado
por mim.
Infortúnio estouvado
e ruim.

Vivi o maior dos amores
sozinha.
Taciturna, colhi as flores
na minha.

Ninguém viu minha tristeza
gigante.
E careci da beleza
do amante.

Mas todos só se importavam
co’os outros.
“Felizes” – que não se amavam...
tão neutros.

E eu, aqui, continuei amando
sem ninguém.
Amarei tanto até quando
for além?