terça-feira, 3 de julho de 2012

Devaneio Evasivo Do Eu Interior Surrealista


Estás aí? Me ouves ainda?
Lembras-se daquela memória tão linda?
Pois então. O abismo bate palmas.
A noite cai e penetra-se nas restantes almas.
Tornam-se vultos inquietos a gritar.
Trazem das cinzas as lembranças;
Que perseguem-te sem parar.
Lembras-te de quando ainda éramos crianças?

Ainda estás aí? Não tape os ouvidos, amor.
Há quanto tempo seu coração sofre com esta dor?
Sangrastes-se com o furioso espinho.
Vistes-se nas sombras assim sozinho.
As rosas perderam a fala.
As borboletas fizeram sua mala.
E tu? Fizestes o quê? Gastastes bem teus palitos?
Acendestes velas demais para ficar no escuro.
Doastes-se em beco sem saída – impuro.
Jogastes fora a vida, largada em ceras de vela.

Mas ainda há tempo, criança.
Regue teus sonhos com água d’esperança.
Guarde consigo as marcas que deixaram em teu coração.
Aquele amor, aquela canção.
Recorda-se daquela pessoa com cabelos macios e olhos de piscina?
Não a esqueça. Abrace sua sina.
Quem sabe talvez as rosas achem graça.
Talvez o abismo não seja tão profundo.
E os vultos riam e dancem e desistam da desgraça...
Vá, ande, cante na ópera do mundo
Desarme-se, abra os olhos para a felicidade...
Siga tua estrada, mas não abandone a saudade.


(Poema feito baseado no surrealismo, com a ajuda de minha querida Ana Flor.)

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Críticas sempre são construtivas... certo?