Estás aí? Me
ouves ainda?
Lembras-se
daquela memória tão linda?
Pois então. O
abismo bate palmas.
A noite cai
e penetra-se nas restantes almas.
Tornam-se
vultos inquietos a gritar.
Trazem das
cinzas as lembranças;
Que perseguem-te
sem parar.
Lembras-te
de quando ainda éramos crianças?
Ainda estás
aí? Não tape os ouvidos, amor.
Há quanto
tempo seu coração sofre com esta dor?
Sangrastes-se
com o furioso espinho.
Vistes-se
nas sombras assim sozinho.
As rosas
perderam a fala.
As borboletas
fizeram sua mala.
E tu?
Fizestes o quê? Gastastes bem teus palitos?
Acendestes velas
demais para ficar no escuro.
Doastes-se
em beco sem saída – impuro.
Jogastes
fora a vida, largada em ceras de vela.
Mas ainda há
tempo, criança.
Regue teus
sonhos com água d’esperança.
Guarde
consigo as marcas que deixaram em teu coração.
Aquele amor,
aquela canção.
Recorda-se
daquela pessoa com cabelos macios e olhos de piscina?
Não a
esqueça. Abrace sua sina.
Quem sabe
talvez as rosas achem graça.
Talvez o
abismo não seja tão profundo.
E os vultos
riam e dancem e desistam da desgraça...
Vá, ande,
cante na ópera do mundo
Desarme-se,
abra os olhos para a felicidade...
Siga tua
estrada, mas não abandone a saudade.
(Poema feito baseado no surrealismo, com a ajuda de minha querida Ana Flor.)
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Críticas sempre são construtivas... certo?