sexta-feira, 22 de junho de 2012

Alto poder de penetração.


Ninguém nunca saberá o que significou para mim. Ninguém nunca saberá qual foi o impacto causado aqui dentro, e como isso me ajudou a recuperar um pouco de mim. Ninguém nunca entenderá como serviu perfeitamente, e quais foram os esforços medidos para que acontecesse.
Eu me doei. Inteira, completa. Dei minh’alma para a execução desse projeto, e mostrei-me disponível para minhas pérolas o máximo que consegui. São anjos, todos. Anjos que se uniram em prol de algo importante – no qual o elo era eu. Tentei colá-los, inseri-los dentro do quebra-cabeça; e acho que, por fim, consegui. Mas não adiantemos, melhor seguir a ordem cronológica.
Começou com a imediata disposição de todas aquelas carinhas, e senti-me feliz mesmo sem retorno ou execução, na hora. Enchia-me o peito dizer que eu fazia parte daquela trupe, mesmo sem ter nada iniciado, ou sequer concretizado. Já me abria um sorriso o simples fato de saber que estavam ali, prontos para doar-se de alma, assim como eu havia feito. Porém, apesar de tudo isto, baixei minhas expectativas, pois tinha a plena convicção de que não éramos os melhores – não em técnica.
Meu pessimismo perseguia-me, tenaz, provocando desespero e passando-me a mensagem de que o fracasso era iminente. Tentei acalmar-me, em vão, pois o fantasma da sina errada não iria largar-me. Mas procurei não transparecer meus temores inquietos, pois em hora nenhuma quis deixar minhas pérolas preocupadas.
Acabou-se então a primeira fase e a minha mente permanecia turbulenta. Esvaziei-a para melhor aproveitamento da segunda, e tornei-me mais tranquila momentaneamente. O dia foi correndo, assim como eu, sempre buscando estar em todos os lugares ao mesmo tempo, para auxiliar meus queridos e tão extremosos anjos. Procurei estar lá por eles em todos os momentos, para consertar alguma asa por ventura quebrada, ou alguma auréola talvez empenada.
Meu esforço teve resultados. Neste segundo dia já foram mais glórias – algumas que até secretamente me envolviam –, mais respostas claras às minhas perguntas tão curiosas. Para o final, resolvi repetir a dose, apesar de meu físico estar debilitado e não permitindo qualquer movimento brusco – apenas ignorei tal infelicidade e permaneci firme na esperança que depositava em cada um.
Tive o prazer de estar presente para vibrar junto em cada vã conquista, e nem por um minuto cheguei a imaginar que poderíamos erguer o símbolo máximo desta. Entretanto, cada vã exaltação foi contribuindo para a construção de uma base sólida e forte, e depois um tronco, e depois um pico. E, juntos, escalamos o que antes parecia impossível de ser alcançado, e atingimos a maior marca. Juntos lutamos, juntos comemoramos.
A união entre tantas pérolas fez o formoso colar, o qual tive o prazer de erguer gloriosamente na chuva prateada. Aquele plástico de ouro era a materialização de todo o nosso esforço, mostrando-se mais do que merecido. Aquelas duzentas garras lutaram ferozmente na busca da mais querida presa, sempre justos, sempre éticos – com mérito. Com respeito, conquistamos os louros da vitória. A maior emoção era aquela, poder ver todos os meus leões comemorando incessantemente aquele milagre vermelho, que penetrou-se todo em mim.

4 comentários:

Críticas sempre são construtivas... certo?