terça-feira, 5 de junho de 2012

O Livro das Coisas Perdidas: crítica


É plausível dizer que este livro não chegou a minhas mãos por mim, e sim por intermédio de terceiros. Algumas palavras a mais, personalizadas, feitas para mim. Cousa rara, bonita de se ver e se ler. Preciosa para mim, já que são poucos os exemplares que tenho de ações assim – tão puras e tão necessárias.
Mas vamos ao livro. Escrito pelo irlandês John Connolly, é uma obra perfeitamente construída sobre a importância da leitura e da imaginação, na vida de tanto crianças como adultos. Pois, como diz o próprio, “em cada adulto mora a criança de outrora, e em cada criança há o adulto que ela será”. O enredo se baseia na história de David, um garoto de 12 anos que perdeu a mãe recentemente e tem que lidar com as novas mudanças na sua vida – dentre elas, uma madrasta, um irmão e uma casa nova. Se sentindo esquecido pelo pai e mais sozinho do que nunca, ele se refugia nos seus livros. E, envolvido em tantas histórias e personagens, ele acaba entrando em, literalmente, um outro mundo. David penetra nesse universo novo, onde tudo é como é descrito nos seus livros, mas misturando todos eles. Ele se encontra com lenhadores, homens tortos, lobos, lobos-homens, soldados, feiticeiras; e vários outros seres que ele pensou pertencerem somente à sua imaginação. Por meio de suas aventuras, David aprende qual é o verdadeiro sentido da perda, da substituição e do crescimento.
É incrível como Connolly constrói magnificamente o mundo fantasioso que toda criança sempre sonhou, e mais ainda como insere os personagens nele. Ele mistura a fantasia com a realidade na medida certa, e dá as lições que sempre buscamos mas nunca tivemos coragem para enfrentar. Ele nos mostra o que evitamos ver, e no fim, ainda nos dá um tapa de luva sobre o que é realmente a vida e a morte. Todo adulto deveria ler esse livro, para retomar o olhar inocente que pareceu perdido no crescimento. Emocionei-me durante a leitura, e fazê-la me fez um enorme bem. Fiz as pazes com minha criança interior (apesar de ainda sê-la), e com o adulto que futuramente a habitará. 

3 comentários:

  1. .... nele ( ne + ele).
    ai vc muda de frase e começa com ele --'

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "Nele" na verdade é em + ele. Seu comentário acrescentou-me muito.

      Excluir
    2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

      Excluir

Críticas sempre são construtivas... certo?