terça-feira, 3 de abril de 2012

Encarnação: crítica

A última obra de José de Alencar é brilhante. O romance urbano segue rigidamente as regras; se passa no Rio de Janeiro, aborda o dia-a-dia da classe dominante e dá às moças dicas de como se comportar em sociedade. Hermano é um proprietário rico, porém infeliz devido ao luto constante pela sua falecida esposa. Julieta morreu devido a um aborto, e Hermano entrou em depressão profunda após perder sua alma gêmea. Depois de cinco solitários anos, o triste homem conhece Amália, uma moça rica e de beleza extraordinária. Os dois se apaixonam; Amália pelo espírito nobre e doce de Hermano, e ele pela lembrança de Julieta que via nela. O pobre homem vive em conflito, pois não consegue se libertar do fantasma da antiga esposa, e isso o impede de consumar o amor com a nova. A luta de Hermano contra ele mesmo é o que direciona a drama, e o mais interessante é como Julieta permanece viva na casa e nas memórias ali guardadas. O amor verdadeiro que tinham um pelo outro não é separado pela morte, e é esse sentimento que Alencar conseguiu representar com tanto louvor e graciosidade. O título do romance se remete à mudança que Amália se submete para ficar parecida com Julieta, e talvez conseguir o amor pleno de Hermano. Também dizem que encarnação é o que Alencar pretendia fazer com o romantismo, já que na época de lançamento do romance, o estilo estava em baixa. O autor morreu antes de ver seu livro publicado, mas podemos dizer que até hoje a história belíssima de Hermano e Amália perdura na literatura brasileira.

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Críticas sempre são construtivas... certo?