terça-feira, 24 de abril de 2012

Sangrento Abril.

Ontem foi uma data marcante, tanto quanto hoje, e obviamente, eu não deixaria passar. Abril é repleto de datas intrigantes, porém estas são relevantes não apenas para mim, mas também para toda a comunidade literária mundial.
No dia 23 de Abril de 1616 morria o maior dramaturgo que já existiu, o tão aclamado William Shakespeare. Suas obras (tanto em prosa quanto em poesia) perpetuam na literatura até os dias de hoje, e continuam a enlevar tanta gente com seu ritmo e sinceridade. As palavras de Shakespeare são raios de sol em um dia de verão, e seus versos tem a formosa duplicidade de conseguirem ser doces e acerbos simultaneamente – o que aumenta ainda mais a textura refinada de seus poemas. Cada palavra parece ser bordada especialmente ao papel, o que garante ao leitor um estado de transe utópico. Shakespeare está morto há 396 anos, mas tudo que sua pena tocou ainda vive, e provavelmente o fará continuamente até o fim dos dias.
Já sendo mais patriota, no dia 25 de Abril de 1852 morria um dos poetas mais jovens e mais brilhantes já nascidos no nosso querido Brasil; o doce Manuel Antônio Álvares de Azevedo, ou simplesmente Álvares de Azevedo. Sua fama pode não ter tão alto patamar quanto o último citado, porém julgo eu que sua poesia é a principal representante do ultrarromantismo brasileiro. Escritor da segunda geração romântica, ou mal-do-século, o prodígio Maneco já dominava a arte da literatura precocemente, porém foi interrompido antes que pudesse alcançar o seu ápice. Muitos dizem que, se tivesse vivido mais, ele seria o maior representante do Brasil na literatura internacional, e eu acredito nisso como acredito em suas palavras. Álvares de Azevedo escrevia com o coração, e acho que essa é a minha qualidade preferida (dentre tantas) nele. Seus versos são singelos e verdadeiros, e não há contemporâneo que consiga alcançar tanta graciosidade com tão pouca idade quanto ele.
Em Abril, devemos apenas nos curvar e saudar a falta de dois artistas tão preciosos como estes. Shakespeare e Álvares de Azevedo, mesmo mortos, ainda estão vivos – tanto no papel, quanto na nossa imaginação. Só devemos agradecê-los por nos dar tanto conhecimento, lágrimas e risos. Estaremos com eles, sempre, e tanto; como num dia de verão.

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Críticas sempre são construtivas... certo?