sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Médico e o Monstro: crítica

A obra prima de Robert Louis Stevenson é brilhante. Era de se esperar, afinal é o ápice da perfeição produzida por esse autor tão célebre. “O Médico e o Monstro” fala sobre o debate interminável entre o bem e o mal, porém dessa vez é regido por uma duplicidade quase palpável. O doutor Henry Jekyll vive em conflito com a parte malévola de seu eu interior: Edward Hyde. A transformação que o Dr. Jekyll se submete é irreal, afinal é impossível separar os dois extremos da moral humana. Porém, devido a uma poção, ele consegue realizar tal proeza, e vive em conflito com a sua outra face, materializada em uma forma deformada e conhecida como Mr. Hyde. O jogo que Stevenson fez com o nome das personagens é muito bem trabalhado e faz perfeito sentido, pois ele embutiu um “I kill” (eu mato) no nome do doutor e um “hidden” (escondido) no nome da criatura. Esse jogo de palavras mostra que Mr. Hyde é permanentemente uma parte escondida de Jekyll, e que este pode tanto amar quanto matar. A briga eterna entre o bem e o mal foi abordada do melhor jeito possível, e o clima de mistério que o “strange case” possui é o que dá um certo gás ao leitor. A perspectiva do advogado Utterson é a mais trabalhada, e já que ele não tem grandes conhecimentos sobre o que realmente está acontecendo, é como se nos acompanhasse nas descobertas sórdidas sobre a luta eterna entre Henry Jekyll e Edward Hyde. Stevenson foi esplêndido na escrita, e construiu sua obra prima ao bordar um enredo inimaginável com um vasto vocabulário escolhido a dedo para nos intrigar.

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Críticas sempre são construtivas... certo?