domingo, 22 de janeiro de 2012

Ignorância exacerbada.

O que me irrita é a incapacidade humana de se importar com as coisas certas. Isso me inclui. Eu seria extremamente hipócrita ao não me incluir nesse grupo. Sou tão ruim quanto todos eles, ou pior. Dou importância às minhas dores, em vez de me preocupar com problemas maiores e definitivamente mais relevantes. Mas isso não me impede de ficar indignada com esses dois problemas simultaneamente. Todos se preocupando com uma matéria completamente inútil quanto química, enquanto eu estou ocupada e preocupada com situações que merecem muito mais destaque. Por quê diabos somos tão egoístas? Por quê não damos prioridade às coisas certas? Por quê não tentamos mudar algo que mereça ser mudado? Por quê não posso fazer a diferença em coisas que podem ser consertadas ao invés de me focar em problemas sem solução? Por quê sou tão idiota? Por quê somos tão idiotas? Por quê? Não acredito que não posso ajudar. Minhas palavras devem servir de algo. Minhas palavras PRECISAM servir de algo. Eu preciso fazer alguma coisa, e se essa profissão não me ajudar nisso, provavelmente irei mudar. Os valores da sociedade estão completamente invertidos. Temos seis aulas de matemática por semana, e apenas uma de sociologia; sendo que a relevância das duas está trocada. Somos condicionados a privilegiar as matérias objetivas, tais quais matemática, física e química; sendo que nenhuma delas muda o mundo do jeito que ele realmente precisa. A química não irá resolver um problema generalizado de miséria, e muito menos irá nos mostrar que ele existe. E os tolos dando tanta importância a ela... Já chega. Preciso mudar isso. Precisamos mudar isso. É de nossa mínima obrigação, afinal esse é o mundo que vocês querer ver seus filhos crescerem? Sem apelações, se controle... Mas é muito. Muita dor para ser ignorada. Muita necessidade sendo colocada em segundo, pior às vezes, terceiro ou quarto plano. Ignorância exacerbada por parte da população, que a cada dia que passa se torna mais alienada. Onde foi parar a educação desse povo? Deve ter ido embora junto com o amor próprio e o conhecimento básico. Que dor, que dor que nada! A dor que importa não está sendo mudada, não tem ajuda para ser mudada... O que houve com aqueles seres revolucionários, que agora parecem tão distantes? Sumiram dentre a fumaça causada pela indústria televisiva e controladora, ao certo. O que ainda nos resta, infelizmente, é se impressionar toda vez que vemos a realidade estampada na nossa cara; mesmo que alguns dias depois voltemos a esquecê-la.

3 comentários:

  1. Adorei Bruna.... quanta sensibilidade para seus poucos anos! É muito importante não perdermos a capacidade de nos indignarmos com as injustiças do mundo, que são tantas... viver no nosso "Brazil" de tantos contrastes as vezes me assusta, parece que tudo anda mais acelerado do que deveria ser. Alguma neuroses se espalham rapidamente: estética da magreza, consumismo desenfreado para suprir a falta de amor, a segurança (falsa segurança que isola ainda mais as pessoas), e mania de assepsia (celebrando os álcools gel!). Tudo isso toma muito tempo e preocupação das pessoas,vão se acostumando, endurecendo frente ao mundo...
    Acho super aceitavel termos nossa dose de futilidade, tempos para relaxar, curtir... (talvez para que não haja um suicídio coletivo no mundo! hehe!) mas acho fundamental sempre sonhar em mudar o mundo.. te deixo então um poema de Eduardo Galeano:
    "A Utopia está lá no horizonte.

    Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.

    Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.

    Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.

    Para que serve a Utopia?

    Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".
    beijos!

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    1. Aninha, que ótimo ler algo como isso! Ultimamente minha opinião é pouco aceita pelos outros, e ver elogios é algo quase inédito. Sempre li que sonhos movem o mundo, e pretendo nunca desistir dos meus... Um dos motivos de eu ter o blog é mostrar às pessoas o que eu penso, e quem sabe um dia isso vai dar certo? Adorei o poema, e é exatamente isso que eu penso. Talvez a utopia seja acreditar que o mundo mude, mas talvez ela também não seja tão inalcançável assim. Espero que goste dos posts aqui! Beijos!

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Críticas sempre são construtivas... certo?